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quarta-feira, 11 de maio de 2011

LIVRAI-NOS DO MAU

Robson Aparecido Machado[1]
(Profª.orientadora (Ms) Rosângela Paiva Spagnol)

A sociedade está envolta de um cenário de crimes, corrupções, onde traz à baila pensamentos de filósofos, sociólogos e criminalistas que analisaram a natureza humana colocando assim seus pontos de vista, através de estudos, com relação à iniquidade do homem.

Uma pergunta sempre permeia nossa mente: Por que tanta violência? O que realmente leva o ser humano a cometer tantas atrocidades?

Diante destes questionamentos é fulcral buscar respostas nos estudos destes pensadores.

Parece-nos de bom alvitre lembrar por primeiro os ensinamentos de Paulo, o apóstolo:Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero”. (Rm 7,19). Ele fala de uma inclinação do homem para o mal que seria a concupiscência da carne, onde o homem é levado pelas suas paixões e não pela razão ou pelo espírito, e tal atitude se dá pelo pecado instalado na criação divina, fruto da própria desobediência do homem ao seu Criador. Afirma ainda que existe um combate entre a carne (pecado) e o espírito (graça) e quando o homem alimenta mais a carne com as coisas mundanas e deixa de lado o espírito, então o homem se entrega às paixões desordenadas e aos frutos da carne, os quais dentre eles esta a violência de todo o tipo.

No renascimento - movimento artístico e científico dos sécs. XV e XVI, que pretendia ser um retorno à Antiguidade Clássica - Maquiavel (1513) afirmava que o homem é mau por natureza e sendo assim ele não precisava agir com ética, com moral, pois para se atingir um fim não importa o meio utilizado. O Filósofo inglês Thomas Hobbes (1651) também compartilhava do pensamento de Maquiavel entendendo que o homem é egoísta, perverso, mau por natureza, o homem é o lobo do homem, ou seja, todo homem é inimigo de todo homem.

Jean Jacques Rousseau (1762), filósofo francês iluminista, já entendia que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, o perverte, o vicia, portanto, o homem tinha uma natureza boa e Rousseau atribuía à civilização a responsabilidade pela origem do mal na natureza humana.

Já na idade contemporânea encontramos Cesare Lombroso (1876), professor universitário e criminologista italiano que ficou mundialmente famoso por seus estudos e teorias no campo da caracterologia, ou seja, a relação entre as características físicas e mentais do ser humano com o criminoso nato. Ele acreditava que existia um tipo antropológico no qual definia uma pessoa como um criminoso propenso a praticar certos crimes.

Através de algumas características físicas, como: nariz torcido, estrabismo, cérebro relativamente pequeno, maxilares enormes, braços longos, ficava caracterizado o indivíduo criminoso. Para cada crime existia uma ou mais características físicas diferentes. A fisionomia variava de acordo com os crimes cometidos. Definia também alguns sinais psíquicos, tais como: ausência de sensibilidade moral e vaidade. Para Lombroso, haveria um atavismo, ou seja, uma regressão aos ancestrais, ao homem primitivo.
Se analisarmos tais homens, como - Hitler e Bin Laden. – veremos que a maldade estava incutida neles, nas suas ações. Talvez não saibamos declinar a origem desta iniquidade toda, se é pelo pecado, se já nasceram maus, se a civilização ou a sociedade os corrompeu, ou ainda, se esta maldade esta relacionada com os seus aspectos físicos ou psíquicos, mas de qualquer forma a maldade tomou conta de seus corações.

Portanto, diante de tanta violência, corrupção, carnificina, a sociedade só tem um pedido: LIVRAI-NOS DO HOMEM MAU.


Referência Bibliográfica.

- BÍBLIA SAGRADA. Português. Tradução: Centro Bíblico Católico. 71. Ed. Rev. São Paulo: Ave Maria, 1989.

- ARANHA, Maria L. A.; MARTINS, Maria H. P. Filosofando - Introdução à Filosofia. 2. Ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2000.

- ARAGÃO, Antonio M. S. As três escolas penais - clássica, antropológica e crítica (estudo comparativo). 7.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1938

- MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. Pietro Nassetti. 2. Ed. São Paulo: Martin Claret, 2007.

- HOBBES, Thomas. Leviatã., São Paulo: Martin Claret, 2006.

- ROUSSEAU, Jean Jacques, Contrato social, Tradução de Pietro Nassetti, 3ª reimpressão. São Paulo: Martin Claret, 2010.

- CALHAU, Lélio Braga. Cesare Lombroso: Criminologia e a Escola Positiva do Direito Penal. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 210, 1 fev. 2004. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/4538. Acesso em: 9 maio 2011.



[1] Graduando do 3º período do curso de Direito da Faculdade Barretos

Um comentário:

  1. Realmente, nos dias atuais há uma banalização da criminalidade. Onde a própria humanidade já não se espanta mais com os atos dos homens. Não basta apenas renovar a legislação criando penas mais severas. É também preciso criar políticas para melhorar a educação de nossos pequenos, pois é do berço que se molda o indivíduo.

    Concordo que há pessoas que tem o mal incutido em seu DNA, porém, muito também devemos ao convívio social. Nem todos nascem bandidos, ou assassinos, mas qualquer um pode se tornar dependendo do meio em que vivem.

    É preciso mudar isto, ou não teremos amanhã.

    Excelente artigo... Parabéns Robson

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